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sábado, 6 de setembro de 2008

Prova Brasil na zona rural: imprescindível


Se as escolas rurais estivessem incluídas na avaliação nacional, resultados dos exames reduziriam Ideb de municípios com alta concentração de ensino no campo, alterando o ranking dos que mais necessitam de investimentos emergenciais do governo federal
wrAutor('Gustavo Heidrich','','')

O Ministério da Educação (MEC) atribui a 4,2 milhões de alunos brasileiros do Ensino Básico (15% do total) um Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que não reflete, de fato, a qualidade de sua aprendizagem. Eles estudam nas 88 mil escolas rurais do país (45% do total). As turmas de 4ª e 8ª séries desse universo não fazem a Prova Brasil, como ocorre com os colegas das áreas urbanas. O resultado da Prova é o principal componente qualitativo da fórmula de cálculo do Ideb. Por isso, localidades onde o ensino rural é predominante podem estar com o índice inflacionado por notas que consideram apenas a minoria urbana. Essa distorção as tira da lista de municípios prioritários do MEC e as priva dos investimentos e ações emergenciais que vêm sendo realizadas.Para tentar reduzir a imprecisão, o MEC compõe o cálculo do Ideb com os resultados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Porém, feito por amostragem, o Saeb permite recortes apenas por estado ou por rede de ensino, dentro do estado. Nunca por município, muito menos por escola.No ensino rural, segundo dirigentes do MEC – e como indicam os próprios resultados do Saeb –, estão presentes inúmeras dificuldades que fazem cair o nível de aprendizagem dos alunos. As principais dizem respeito a formação de professores, a infra-estrutura, a transporte e a oferecimento de material didático adequado à realidade no campo. Apesar de admitir o problema, de afirmar que ele precisa ser corrigido e que já há soluções em estudo, o MEC não tem data definida para incluir as escolas rurais na Prova Brasil.Nesta reportagem, você vai conhecer quatro municípios (com 9.372 alunos matriculados no campo) para os quais é evidente a necessidade de investimentos. Em três deles, o cálculo do Ideb leva em conta a minoria dos alunos – os que estudam na área urbana. Já em Palmeiras (BA), como acontece em outros 156 municípios brasileiros, o Ideb sequer foi calculado. No caso do município baiano, o índice não existe porque não há escolas urbanas de Ensino Fundamental. Numa quinta história, a de Catas Altas (MG), a solução foi radical: as escolas do campo foram fechadas. Mas eram apenas duas, onde estudavam 14 alunos, que hoje têm transporte à disposição para levá-los à cidade. Não é, certamente, a solução para a imensa zona rural brasileira.
Fonte:revistaescola.abril.com.br/online

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